quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

BANHEIROS - ALBERTO PINGUINHAS - O BADALO 1916

Retirado do Jornal O Badalo, de 10-09-1916, aqui vos deixo uma notícia tendo por objecto o famoso banheiro Pinguinhas, que viveu na Rua Conde Alto Mearim.
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BANHEIROS DE MATOSINHOS - LEÇA

Preconizados pela medicina para a terapêutica dos mais variados desarranjos da saúde, os banhos de mar entraram definitivamente na moda na primeira metade do séc. XIX.

Esta vertente de estância balnear foi o factor de desenvolvimento à volta do qual as actividades económicas de Matosinhos se fizeram largamente tributárias, durante muitos anos.

O futuro de Matosinhos como destino turístico, estância balnear e de lazer, chegou mesmo a ser assumido como um objectivo político-económico a atingir, objectivo esse a que o crescimento do porto de Leixões pôs termo.

Com a construção dos molhes e consequente contaminação das águas interiores, banheiros e banhistas transferiram-se para fora dos molhes. Os banheiros de Matosinhos transferiram-se em 1890, para a praia D. Carlos, e os de Leça para a praia do sinal, depois Príncipe da Beira, em 1892.

No fim do séc. XIX , eram 11 os banheiros do lado de Matosinhos:

1 – Alberto Pinguinhas

2 – António Aroso

3 – Filomena

4 – Carolina

5 – Joaquina da Rosa

6 – José Martins

7 – José do Ello

8 – Rosa do Bento

9 – Rosa Miquelina

10 – Rosa Ruiva

11 – Viúva Cham

Do lado de Leça eram 10

1 – Ana Filipa

2 – Ana R. das Neves

3 – Ana Virtuosa

4 – António da Costa Neves

5 – Carolina da Eufrásia

6 – Josefina do Padrão

7 – Maria da Rocha

8 - Maria Rita

9 – Maria Teresa

10 – Vitória da Rocha

Os primeiros banhistas que por cá estanciaram vinham quase fundamentalmente da cidade do Porto, procurando zonas menos frequentadas, pois às praias da Foz acorria já grande multidão.

São inúmeras as personalidades célebres que por cá passaram e estanciaram.

Em todos eles essa estadia deixou marcas indeléveis nas suas vidas.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

JOSÉ SANTOS LESSA - O BENFEITOR

Nesta noite, não posso deixar de relembrar José Santos Lessa, um homem solidário que nunca esqueceu os mais desfavorecidos.
Fundador do "O Comércio de Leixões", distribuía o que tinha e o que pedia pelos mais pobres.
Ao Sr. José Santos Lessa filho um Bom Natal e um Ano Novo pleno de felicidades.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

BOAS FESTAS DE MATOSINHOS




DE MATOSINHOS PARA TODO O MUNDO.
EM ESPECIAL PARA OS AMIGOS,
E PARA OS SEGUIDORES DESTE BLOGUE
UM SANTO NATAL E
UM ANO NOVO
PLENO DE FELICIDADE

SÃO OS MEUS VOTOS
Américo Freitas

domingo, 13 de dezembro de 2009

MATOSINHOS - A RUA DE SANTA ANA


O postal de hoje, uma edição das "Messageries Maritimes", é um dos dois existente referentes a Matosinhos. Carateriza-se por a legenda ter erros, como poderão ver clicando na imagem e ampliando.
O postal é relativamente comum mas a imagem é muito rara, pois mostra a Av. D. Afonso Henriques, anteriormente Rua de Santa Ana e depois Av. Vitória, antes das obras que a regularizaram e transformaram de uma vereda numa avenida.
A porta, e escadas, de acesso ao adro que se vê na imagem já não existem, pois aquela parte do terreno está integrada nos jardins da Misericórdia.
Repare nos trajes que então se usavam. veja a personalidade de fraque e cartola nas escadas do adro, quiçá O Dr. José Ventura. No meio das mulheres uma figura masculina com trajes do norte da Europa, talvez um Forbes.
As mulheres da imagem são certamente as bisavós, e avós de muitos matosinhenses. Alguém sabe identificar alguma?

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

FOZ DO LEÇA - BARCOS DE PESCA

Belíssima imagem, constante de um postal ilustrado do início de séc. XX.
Veja o movimento da praia velha, carregando o mexoalho.
Encontre a Nossa Senhora dos Prazeres e outros nomes de embarcações, e observe os diversos tipos de barcos que então se utilizavam.
Clique na imagem para aumentar e descubra todos os pormenores.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

QUINTA DA CONCEIÇÂO 1

Com a abertura da doca n.º 2 iniciaram-se também as obras de construção da ponte grande e respectivos acessos.
Vemos na foto a abertura dos arruamentos que hoje ligam Leça á A28, antes E.N. 107.
O local é junto á Quinta da Conceição, estando ja á ser construído o que viria a ser a campo de tenis.
Clique na imagem para ampliar e veja o antigo moinho, bem como outros pormenores.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

O PORTO DE LEIXÕES de 1930 a 1990


Publico hoje 4 postais ilustrados que mostram a evolução do porto de leixões ao longo de, aproximadamente, 60 anos.
Da esquerda para a direita e de cima para baixo:
1 - Postal dos anos trinta, vendo-se o início das obras. Veja os antigos prédios de Leça.
2 - Postal de 1949, editado pela Comissão Municipal de Turismo.
3 - Postal dos anos 60. Era assim o Matosinhos da minha infância.
4 - Postal dos anos 90
Relembo que a doca n.º 1 foi inaugurada em 04.07.1940
Clique na imagem e repare nas diferentes ocupações da bacia de Leixões.
No último está completamente vazia.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

POSTO DE DESINFECÇÃO DE LEIXÕES 3

Para finalizar a série de fotografias do posto marítimo de desinfecção de Leixões, aqui fivca a última imagem, extraído do citado livro, vendo-se a fachada voltada parao mar.
Veja, no entanto, as pequenas embarcações á esquerda, com suas pinturas características.

sábado, 14 de novembro de 2009

POSTO DE DESINFECÇÃO DE LEIXÕES 2


Nestas imagens, extraídas do anteriormente referido livro do Dr. José Domingues de Oliveira, Sanidade Marítima, de 1911, vemos a fachada principal do Posto de Desinfecção de Leixões e, na imagem de baixo, a lancha do aparelho Clayton de desinfecção em plena actividade.
No próximo post terminarei a publicação de todas as fotografias do citado livro que se referem a Matosinhos.
Entretanto, olhando com mais atenção e amiudadamente para as imagens, incluindo a anterior, a da lancha, ocorreu-me uma pergunta: alguém sabe quem eram os respectivos operadores, ou até as pessoas que se vêm nas imagens?


quinta-feira, 12 de novembro de 2009

PROCISSÃO DOS PASSOS EM 1918


A imagem que agora apresento refere-se á procissão dos passos, em 1918.
A casa da esquerda era a dos Costa Braga, posteriormente demolida para abertura da av. Vitória, agora D. Afonso Henriques.
É uma bela e rara imagem.
Clique para ampliar e aprecie os pormenores.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

POSTO DE DESINFECÇÃO DE LEIXÕES

Pelo porto de Leixões passaram centenas de milhares de pessoas, embarcando para as mais variadas partes do mundo.
E aqui chegavam também navios de todo o mundo, com o perigo de trazer doenças perigosas.
Daí a necessidade da existência de um posto de desinfecção para evitar a propagação das doenças.
São conhecidas as quarentenas as que os passageiros eram sujeitos quando se revelava qualquer doença a bordo.
A ciência médica que estuda este ramo da medicina é a Sanidade Marítima. E este é o título do livro, de 1911, da autoria do Dr. José Domingues de Oliveira, que exerceu, em Leixões, a função de Guarda-mor de Saúde da 2.º Circunscrição Sanitária Marítima.
Esta fotografia foi extraída do referido livro, exibindo o que de mais moderno havia ao tempo para a desinfecção dos navios.

sábado, 24 de outubro de 2009

MATOSINHOS E A FAINA


Uma bela imagem da faina piscatória, na velha e já desaparecida lingueta.
Vale por mil palavras.
Veja os caíques, as pessoas, as traineiras. Muitas pernas aqui se partiram, quando não era pior. Uma vida dura.
A foto deve ser dos anos, 40, não possuo elementos que me permitam ser mais preciso.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

CONSERVEIRA PORTUGUESA


Na imagem vemos a já demolida fábrica de conservas a "Conserveira Portuguesa", na Rua de Brito Capelo, cruzamento com a Sousa Aroso.
Vemos também as cancelas do comboio da linha da Póvoa, que ainda conheci, cujo guarda era o meu bisavô materno, Francisco de Castro.
Repare ainda no amola -tesouras, ou guarda soleiro, á esquerda.
Esta imagem deve ser dos anos 40/50.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

MATOSINHOS - RUA HEROIS DE FRANÇA

Esta imagem mostra-nos a foz do Leça.
Á direita, em primeiro plano, a ponte do comboio, da linha da Póvoa.
Ao centro e ao fundo vemos o quartel da guarda fiscal, ainda existente.
Uma foto do A. Vieira, julgo que dos anos 20.

sábado, 10 de outubro de 2009

PONTE MÓVEL 1

A imagem publicada refere-se á fase da construção da ponte móvel, que a actual veio substituir

Como a antiga ponte móvel foi inaugurada em 1959, é possível indicar como data provável desta fotografia os anos de 1956/58.

Esta ponte veio a situar-se, sensivelmente, no mesmo local onde se encontrava ponte do eléctrico, no início da alameda Passos Manuel, no fim da Rua Cardeal D. Américo.

Clique na imagem e veja os pormenores, destacando a linha de arvoredo que se vislumbra no horizonte.

sábado, 3 de outubro de 2009

LAVADEIRAS DO LEÇA



A foto de hoje, segundo me parece, deve ser dos anos quarenta, o local é junto á Amorosa, e mostra a roupa a secar e a corar. Nada mais comum.
Não vou descrever os costumes ou as histórias picarescas e pitorescas próprias das lavadeiras que frequentavam o Leça. Outros já o fizeram e melhor do que eu o poderia fazer, pois com elas conviveram.
Outrossim, vou antes prestar uma homenagem a todas as mulheres que, indiferentes ás estações do ano, exerceram esta profissão no rio Leça.
Mulheres que calcorrearam as suas margens, há muito desaparecidas na névoa do tempo, de quem tudo se esqueceu, até do nome.
Para todas elas:
CANÇÃO DA LAVADEIRA DO LEÇA

Acordo pel’ aurora,
Ainda murmura o luar,
O sol já não demora,
Vou para o rio lavar.

Chego ao alto de Sant’Ana,
No altar poiso uma rosa,
Um doce aroma imana
Perfumando a Amorosa.

Abre o sol, a brisa é fria,
Desço ao rio, depressa,
Na cabeça, uma bacia,
Já o vejo, o doce Leça.

Pleno de cor e de gente,
Nos seus recantos frescos,
Água pura, transparente,
Redemoinhos, arabescos.

Dou sabão na colcha alva,
Esfrego enquanto canto
Mergulho a minha alma,
Em água límpida de pranto.

Oiço o sino, toque duro,
Logo me apresso a lavar,
Estendo a roupa no muro,
Deixo-a ao sol a corar.

Findou a luz, escurece,
Chegou o fim, era hora,
O rio pára, emudece,
A noite já não demora

Repousa o sol, é escuro,
Dói-me o corpo da fadiga.
Temo caminho inseguro
No regresso a Almeiriga.

Sou mulher antes de ser,
Sem tempo, a trabalhar,
Carrego a idade no ventre,
A minha vida é lavar…


ACF – 2009-10-02

terça-feira, 29 de setembro de 2009

A CAPELA DA SENHORA DA APRESENTAÇÃO


A imagem acima é bastante rara e interessante.
Á esquerda vemos o edifício onde estiveram instalados o quartel dos Bombeiros de Matosinhos-Leça e o dos Socorros a Náufragos.
A ponte era a do eléctrico, que ligava a alameda de Matosinhos a Leça. Neste local, aproximadamente, encontra-se hoje a ponte móvel.
Foram muitas as capelas de Matosinhos demolidas pelas mais variadas razões, algumas bem ridículas. Entre elas contava-se a capela da Senhora da Apresentação, ou da ponte, por ficar á saída da ponte de pedra, do lado de Leça.
Esta capela foi demolida em 1890 para construção da Alameda de Leça.
Ora, nesta imagem vê-se perfeitamente a dita capela, o que indica que esta imagem é, o mais tardar, de 1890.
Compare esta imagem com a do cabeçalho deste blogue.
Clique na imagem para ampliar e veja a casa da campanuda, do Dr. José Domingues de Oliveira, a escola régia, a igreja de Leça, a antiga estrada, etc,

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

MATOSINHOS ERA ASSIM. MAS JÁ NÂO É....

As imagens de hoje não são muito antigas, mas não deixam de ser interessantes.
São dois postais ilustrados. O primeiro é dos anos 60 e o segundo dos anos 80.
São perfeitamente perceptíveis as transformações.
Ainda se lembram da proa do Jackob Maersk que tantos anos esteve encravada nos rochedos junto ao Castelo do Queijo?
Clique na imagem e veja os pormenores.
Matosinhos era assim. Mas já não é.

domingo, 20 de setembro de 2009

OS LAVADOUROS DE LEÇA


Os lavadouros de Leça da Palmeira foram inaugurados em 1937, criando assim condições para que as lavadeiras usufruíssem de maior comodidade. Era um dos maiores lavadouros de Portugal, com centenas de pias.
Esta é uma belíssima imagem, vendo-se em primeiro plano os dois pontões em pedra que permitiam o acesso entre o moinho e os terrenos entre os dois braços do rio, o doce (que é este na imagem) e o salgado.
Também como pormenor interessante, vemos o muro que separava a zona ribeirinha da estrada e a ladeavam. O muro da esquerda ainda hoje existe, em parte.
Ampliando a imagem, no canto superior direito, vemos a estrada já em plano muito elevado, pois aqui na Amorosa começava a subida íngreme para o lugar de Gonçalves.
Esta imagem foi-me gentilmente cedida por um seguidor deste blogue, que usa o nome de jpunk, a quem deixo aqui um agradecimento.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

A ANTIGA CÂMARA DE MATOSINHOS



Após obras de adaptação, a Câmara Municipal de Matosinhos instalou-se no edifício da Rua Brito Capelo em 1934, pois desde 1924 estava no edifício da Rua Conde alto Mearim, onde hoje se encontra o Gabinete de Arqueologia e História. Da Rua Brito Capelo saiu para o actual edifício, nos antigos jardins do Palácio do Visconde de Trevões, Emídio Ló Ferreira.
Este prédio da Rua Brito Capelo era propriedade do “brasileiro” Costa Monteiro e tinha frente também para a Rua França Junior, antiga Rua do Portelo.
Até aqui, todos sabem.
Já muito poucos recordam Vitorino Casal Ribeiro, que instalou uma pensão precisamente no edifício da antiga câmara.
Veio jovem de Espinho, de onde era natural, para Matosinhos, para empregado na Caixa Geral de Depósitos.
Após abandonar esse emprego, foi comerciante de vinhos na Rua Gago Coutinho.
Instalou uma pensão, como se disse, no edifício da antiga câmara.
Após outros negócios, que presumo não terem corrido bem, dedicou-se ás feiras, explorando diversões. Tinha também uma barraca de farturas, que intitulou O Rei das Farturas.
Certamente alguns se lembrarão da sua barraca e da sua pessoa, conhecido que ficou pelo Casal das farturas.
A sua barraca de farturas era a preferida da minha família, recordo-o perfeitamente.
Já lá vão mais de 40 anos.
Tem esta imagem também de curioso o facto de estarem pendurados nas grades anúncios para espectáculos, nomeadamente no Casino de Matosinhos.
Clique na imagem para ampliar e deleite-se com os pormenores (central hotel, etc.)
É uma imagem muito rara, julgo que dos anos 20, ou mesmo anterior.
Foi-me oferecida por mãos amigas.

sábado, 12 de setembro de 2009

A PONTE DOS BRITO E CUNHA SOBRE O RIO LEÇA


Os Brito e Cunha, da Casa do Ribeirinho, eram senhores de grandes extensões de terrenos em Matosinhos, nomeadamente nas cercanias da sua casa.
Entre os dois braços do rio Leça, o doce e o salgado, possuíam terrenos que antes foram salinas.
Algumas dessas salinas foram adaptadas para a criação de peixes.
Para aceder a esses terrenos existia uma ponte, que é a que vemos na imagem.
Este braço do rio é o salgado que, por correr a uma quota inferior, sofria a influência das marés.
Vemos veraneantes passeando de barco e uma família picnicando nas margens.
Belo trecho do rio Leça, para sempre desaparecido.
Na verdade, Matosinhos pagou um altíssimo tributo ao progresso.
Talvez mais do que o que podia pagar.
Clique na imagem, de 1908, para a ampliar.

domingo, 6 de setembro de 2009

RUA BRITO CAPELO 2




Voltando à Rua Brito Capelo, vemos duas imagens separadas no tempo por mais de cem anos. A 1.ª imagem é um postal ilustrado do início da 1.ª década dos séc. XX (1900), da série de alberto ferreira. n.º 34, e a 2.ª é da minha autoria, obtida em 23.09.2006.
No local da primeira casa á esquerda está hoje o edifício da Caixa Geral de Depósitos, seguia-se um quintal, agora a Casa Ferreira, e o edifício da Foto-Mar, com seus azulejos amarelos, ainda existente. Os edifícios seguintes até á Rua 1.º de Dezembro são os mesmos, embora com obras de alteração.
A casa mais alta á direita, indicada pela seta, é a que ficava na esquina da Rua 1.º de Dezembro, agora um edifício de apartamentos com o rés do chão destinado ao comércio. Antes era uma casa de fazendas, vendendo fatos, sobretudos, etc. Também no rés do chão desse mesmo prédio, com entrada pelo n.º 318 da Rua 1.º de Dezembro, funcionou a casa de pasto A Palmeirinha, de Fernando Amaral,
A rua Brito Capelo começou por se denominar Juncal de Cima.
Por proposta do vereador Joaquim do Rosário Ferreira, a sessão camarária de 18.12.1890 deliberou mudar o nome da rua para a designação actual, bem como dar nova designação a muitas outras artérias e largos da então Vila de Matosinhos.
Já agora, aqui fica a nota de que Matosinhos passou a escrever-se só com um “t” em 1909 mas, curiosamente, ganhou o “z” (Matozinhos).

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

O PRADO DE MATOSINHOS 2



Mantendo-nos ainda no prado de Matosinhos, que ladeava a estrada que vinha da Foz por Carreiros (por esta altura a Foz ainda pertencia ao concelho de Bouças), vemos nesta imagem várias mulheres, acompanhadas de duas criança, presumivelmente suas filhas, a lavar roupa no ribeiro do prado. Tem esta imagem de curiosa o verem-se as ovelhas a pastar e uma mulher com a gamela de madeira á cabeça, tal como se usava na época.

Por vezes, até custa a acreditar que Matosinhos já foi assim, de grande beleza, de um boculismo quase silvestre, rústico e bravo, digno da prosa de Almeida Garret, de Alexandre Herculano, ou da poesia de Guerra Junqueiro, Teixeira de Pascoais e António Correia de Oliveira.
Esta imagem é também importante para o estudo do traje, da maneira de vestir.

Trata-se de um postal ilustrado da série Emílio Biel, n.º 85.

Clique na imagem e descrubra os pormenores.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

O PRADO


Ainda hoje é vulgar ouvirmos pessoas referirem-se ao prado de Matosinhos ou ao ribeiro que o atravessava.
Mas poucas pessoas sabem o que era o prado e ainda menos pessoas o viram.
Nos fins do séc XIX início do séc. passado ainda a vila de Matosinhos terminava na Rua do Godinho, após a qual existia um enorme descampado a que se chamava o prado.
Nesta imagem podemos ver parte do prado, o ribeiro que o atravessava, onde as mulheres iam lavar a roupa e o senhor do Padrão, ainda isolado. A rua Heróis de França e Av. Serpa Pinto ainda não existiam neste local.
Neste prado era vulgar verem-se ovelhas pastando.
O Ribeiro do prado tinha peixes e outra vida aquática.
Este era um dos locais favoritos para a rapaziada brincar.
Este terreno que se vê na imagem, cerca de 1910 era propriedade do Conde de Leça, José Leite Nogueira Pinto e de seu irmão Ernesto. Por esta altura começou a ser vendido em talhões.
Também neste terreno, mesmo em frente ao Senhor do Padrão esteve instalada a 1.ª praça de Touros de Matosinhos.

sábado, 22 de agosto de 2009

LEÇA DA PALMEIRA E A PRAIA VELHA




A imagem que hoje publico é de um raro postal da série Emílio Biel, com o n.º 168, da minha já enorme colecção.
É correcto datar a imagem dos primeiros anos da primeira década do séc. XX.
O postal circulou em 30-04-1906, há mais de 103 anos!
É uma vista de Leça e de Matosinhos. De Leça vê-se desde a estação do caminho-de-ferro, em frente ao Hotel leixões até á ponte do comboio sobre o rio Leça.
Clique na imagem e veja:
- A sala de visitas de Leça da Palmeira;
- O comboio parado na Rua Heróis de França;
- a bandeira hasteada no castelo de Leça;
- uma bateira e outras embarcações varadas na praia velha.
- nomes de barcos: Sagres, Devoto de S. José, Sr.ª da Nazareth; Napolião II; Paraíso; a quem pertenceriam?

terça-feira, 18 de agosto de 2009

VISTA AÉREA DE MATOSINHOS-LEÇA 6


Esta é a 4.ª e última imagem de vistas aéreas da cidade obtidas em Agosto de 1974.
É uma vista do bairro dos pescadores, do Porto de Leixões e de grande parte de Leça da Palmeira.
Clique na imagem e veja a SACOR, a chuminé da Facar, o farol da Boa Nova, a escola do bairro dos pescadores, o dispensário anti-tuberculoso, o Centro Paroquial, etc.
A utilização das imagens que publico, que não sejam de outros autores, é livre, sujeita á condição única de se identificar a sua proveniência.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

VISTA AÉREA DE MATOSINHOS-LEÇA 5


Esta é a 3.º imagem da séria de 4, tiradas em Agosto de 1974 do prédio em frente à azeiteira.

É uma vista de Manhufe, de Parte de Leça da palmeira e de Gonçalves.
Clique na imagem e decubra pormenores: um austin, pessoas passando, a 107 ainda só com uma faixa de rodagem apartir do fim da ponte grande, um autocarro de dois andares na ponte, etc.
Veja o bairro dos pescadores ainda com bom aspecto, limpo e asseado...

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

VISTA AÉREA DE MATOSINHOS - LEÇA 4


A 2.ª imagem de Agosto de 1974, tirada do terraço do bloco da azeiteira.
É uma vista de Bouças de Cima, para Norte.
Vislumbra-se, ainda, o Monte dos Pipos, ainda sem o casario clandestino, os campos onde agora se instalam os divertimentos da festa do Senhor de Matosinhos.
No céu, um avião ocasional.
No cemitério, a capela de S. Roque.
Apesar de numerosas diligências, nunca consegui encontar uma fotografia com a capela no lugar primitivo, na Rua de S. Roque.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

VISTA AÉREA DE MATOSINHOS -LEÇA 3


Esta é a primeira fotografia de vistas gerais de Matosinhos e Leça, de uma série de 4, que vou publicar neste blogue, obtidas em Agosto de 1974, do terraço do prédio sito na rua Alfredo Cunha, Bouças de Cima, onde está instalada uma estação de serviço de uma gasolineira, em frente á azeiteira.
Já lá vão 35 anos!!!
Clique na imagem e veja:
- uma perpectiva de Leça da Palmeira, ainda sem as "muralhas" que a separam do mar;
- O antigo Hospital da Misericórdia;
- Os verdejantes campos que hoje são um parque de estacionamento;
- Um trecho da Rua Alfredo Cunha;
- Um trecho da Rua da Misericórdia;
- Casario de Matosinhos e Leça;

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

VISTA AÉREA DE MATOSINHOS-LEÇA 2



A imagem é de outra vista aérea de Matosinhos-Leça, mais antiga do que a fotografia do anterior post.
Julgo que esta foto é, o mais tardar, de meados dos anos trinta do séc. passado. A escola régia, á saída do lado de Leça da ponte de pedra ainda não tinha sido demolida, nem existiam os lavadouros, inaugurados em 1937.
Clique na fotografia e visite, entre outros, os seguintes pontos:
1 - Capela de Sant'Ana
2 - A torre da Casa do Ribeirinho, ainda com a sua "chinoiserie", que na época era o ponto mais alto da vila.
3 - A estrada de Gonçalves, com a sua ingreme subida
4 - As casas da beira rio de Leça, vendo-se o quartel dos bombeiros e a casa do Dr. José Domingues de Oliveira
5 - A casa da Campanuda, onde então funcionava o restaurante Beira Rio
6 - A estação do caminho de ferro de Matosinhos
7 - O Senhor do Padrão
8 -A refinaria Angola,
Trata-se de mais uma magnífica fotografia, cujo autor não sei identificar, que nos legou um precioso documento da história matosinhense.

sexta-feira, 31 de julho de 2009

VISTA AÉREA DE MATOSINHOS - LEÇA

Esta fotografia é da autoria de Antero Mendes, de 1966.
A cidade ainda não estava amuralhada, e separada do mar, pelos prédios sitos na marginal e ao sul.
Do Castelo do Queijo e da Boa Nova vislumbrava-se toda a cidade e arredores.
Clique para aumentar e veja:
- O casario de Leça;
- A estação do caminho de ferro de Matosinhos;
- Os depósitos da Móbil,
- A Refinaria Angola;
- A fábrica dos fermentos;
- Pessoas e viaturas na marginal;
- As fábricas de conservas;
- O terreno onde os pescadores secavam as redes;
E descubra muito, muito mais!
É um registo magnífico de um Matosinhos, da minha infância e juventude, que já não existe.

terça-feira, 28 de julho de 2009

CENTRAL HOTEL

O Central Hotel começou a funcionar em Agosto de 1904, por iniciativa de José Alves de Brito e Francisco Xavier Gouveia, propietários do Café Central., que se situava no prédio contíguo.
Foi demolido nos anos 40 do séc. passado, sendo contruído, por Edmundo Ferreira, um novo edífício destinado ao mesmo ramo de actividade: O Hotel Porto-Mar, com o seu sempre recordado Café.
Na bandeira da 1.ª porta á esquerda ainda se lê "almoços".
Em 1934 as díárias eram de 25$00 a 40$00; crianças até 12 anos - 15$00; criados e choffeurs - 15$00. As diárias incluiam as 3 refeições.
QUARTO - 10$00
JANTAR - 15$00
ALMOÇO - 12$00
PEQUENO ALMOÇO - 3$00
BANHO FRIO - 2$50
BANHO QUENTE - 3$00
O telefone era o 66 M
Clique na imagem para aumentar e encontre:
- Diversos paineis de belos azulejos,
- O logotipo;
- Candeiros;
- pormenores da fachada;

quinta-feira, 23 de julho de 2009

A MARÉ


Embora não seja inédita, a imagem que agora publico, do grande fotógrafo A. Vieira, proprietário da Photografia Industrial, a quem dedicarei alguns post em futuro próximo, é sempre agradável de observar.
Neste tipo de fotografias é comum as pessoas dedicarem-lhes um breve olhar, não se apercebendo da enorme riqueza de pormenores que encerram.
No entanto, qualquer cultor da história local sabe que é em pequenos pormenores que muitas vezes se desvendam enigmas.
Amigos da nossa terra, estão convidados para efecturarem um percurso pela margem esquerda do Leça, no local que, até ao seu desaparecemento no inícios dos anos 30 do séc. XX se disignava por " A Maré".
Clique na imagem para a ampliar e descubra um alquilador, uma lavadeira, etc.
A propósito, leiam o livro de José Fernendes Tato intitulado precisamente "A Maré"


segunda-feira, 20 de julho de 2009

A ESTAÇÃO DE LEIXÕES


Edifício da estação do caminho de ferro de Leixões, belamente ornamentado com azulejos e vencedor de vários concursos.
Esta estação foi inaugurada em 1938.
Á porta da estação, a carroça do Mil-Homens que se dedicava á actividade de recoveiro.
Ana Vitorino, na sua recente deslocação a Matosinhos, anunciou o reactivamento desta linha.
Se se confirmar, é uma exclente mais valia para a cidade e concelho.




sexta-feira, 17 de julho de 2009

PASSOS MANUEL EM GUIFÕES?








Permitam-me discordar.
A estátua de Passos Manuel, que se prevê ser apeada do local para passagem de mais uma linha do metro, deverá permanecer em Matosinhos, em local a escolher.
Não é que me repugne a sua recolocação em Guifões. Se essa for a decisão final, aceitá-la-ei e não mais falarei no assunto.
No entanto, a verdade é que não foi essa a vontade de quem a eriguiu, nem das gerações posteriores.
Como é sabido, o primeiro local onde esteve instalada foi na antiga alameda, conforme se pode ver claramente na imagem do cabeçalho deste blog.
Com as demolições para a construção da doca n.º 1 foi transferida para onde hoje se encontra, e não para Guifões, como seria de esperar.
Assim, julgo que se deve respeitar a (presumível) vontade dos promotores da homenagem e manter o conjunto escultórico nos limites da cidade de Matosinhos. Porque não, por exemplo, na rotunda frente á doca que dá acesso á ponte móvel, virada para Guifões, a exemplo do que quiserem os seus amigos e contemporaneos, com a vantagem de ficar muito perto do primitivo local onde foi instalada? Ou na rotunda da palmeira, no acesso á Igreja?
São meras sugestões.
Entretanto, vão apreciando esta belíssima imagem da estátua do Passos Manuel na antiga alameda, ladeada pelos bancos em ferro oferecidos pelo Conde Alto Mearim, depois transferidos para o parque Basílio Teles e que, recentemente, por ocasião de obras de beneficiação do parque, levaram sumiço, julgo que para sempre.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

ESCOLAS DE LEÇA DA PALMEIRA


Em Leça da Palmeira existiram duas escolas primárias. Uma para rapazes, dita do Conde Ferreira, instalada em 1866 por legado desse benemérito, outra para raparigas, mandada construir em 1877 por Maria Francisca dos Santos Araújo, em memória de seu irmão José Pinto de Araújo.
A escola feminina esteve instalada no prédio mais alto da imagem, com 4 pisos.
Com a demolição dos prédios para a construção da doca, que se iniciou em 1934, a escola masculina foi instalada no prédio á saída da ponte, que se vê na imagem, e a feminina noutro prédio da mesma rua.
Em 1933 havia nas escolas de Leça 464 alunos, e nas de Matosinhos 345.
Lembro que os lavadouros públicos de Leça foram construídos em 1937.
Esta imagem é muito interessante.
Detenham-se demoradamente nela.
Vejam os veraneantes passeando de barco no Leça.
Vejam as pessoas na ponte.
Vejam o jovem banhista no pontão, o mesmo utilizado por toda a rapaziada, por ser o local mais fundo. Muitas gerações tiveram aí o seu "batismo" de banhos de rio.
A imagem é um cliché de A. Vieira Filho, de 1934.
Para mais desenvolvimentos e imagens, consultem o Guia de Leixões e a monografia do Felgueiras.
PS - Se clicarem na imagem abre-se uma janela onde se a pode ver com grande ampliação

sexta-feira, 10 de julho de 2009

MATOSINHOS NO VERÃO DE 1909

Matosinhos, e Leça da Palmeira, no último quartel do séc. XIX eram as estâncias balneares mais procuradas pelos portuenses, pois á Foz já acorria grande multidão, mercê do progresso das classes trabalhadoras.
Sendo os rádios coisa de luxo e a televisão nem sequer um sonho, os banheiros e os comerciantes locais organizavam eventos para entreter veraneantes e turistas.
Um dos eventos mais constantes eram os concursos diurnos ou nocturnos de barcos, vencendo o que estivesse melhor enfeitado.
No concurso realizado em 29 de Agosto de 1909 venceu o "Grupo da Ponte", composto por Edmundo de Castro, Júlio Vilaverde, Manuel Garcia, António Joaquim da Silva, Carlos de Oliveira e José Araújo.
Atente nos pormenores da imagem, em que se vêm os enfeites na ponte e na Alameda Passos Manuel.
Simplesmente maravilhoso.

sábado, 4 de julho de 2009

04-07-1940 - INAUGURAÇÃO DA DOCA N.º 1


A doca n.º 1 foi inaugurada em 4 de Julho de 1940, perfazem agora 69 anos.
Com as oportunidades de trabalho que Matosinhos oferecia, já desde o início do séc. XX, tornou-se num polo de atracção para pessoas de todas as partes do país. De tal forma que a grande maioria da população actual é, quando muito, matosinhense de 2.ª ou 3.ª geração.
Recordo que nos anos 60 e 70 aqui trabalharam centenas de estivadores. Estabeleceram-se numerosos transitários. O comércio florescia. A zona da cidade junto á doca fervilhava de gente.
Já não é assim. Matosinhos mudou para sempre.

sábado, 27 de junho de 2009

CAPELA SANTO AMARO RENASCE



Cerca das 11 horas do dia 26 de Junho de 2009 foi inaugurada a reconstrução da fachada da Capela de Santo Amaro, cujas pedras estiveram largos anos, primeiro no antigo horto municipal, em frente à Casa do Ribeirinho, e depois na Quinta da Conceição.
Na fotografia de baixo, do início do século passado, vemos a capela no seu primitivo local, no gaveto entre um troço já desaparecido da rua Brito Capelo e da Rua de Santo Amaro, também desaparecida.
Para a construção do mercado municipal, e da doca n.º 2, foi necessário demolir o casario da Rua Cardeal D. Américo, Rua Santo Amaro, Rua dos Camachos, Rua do Burgal, Largo do Areal, Rua e Largo de 13 de Fevereiro, Rua Brito Capelo e Rua de S. Roque.
Foi uma verdadeira hecatombe urbanística, em que quase todo o centro histório desapareceu, e com ele as casas e paços mais importantes de Matosinhos.
A demolição desta capela iniciou-se a 9 de Dezembro de 1947.
Era seu pároco o saudoso Padre Grilo, recentemente relembrado em livro pela Dr.ª Palmira Oliveira.

terça-feira, 16 de junho de 2009

RUA BRITO CAPELO






Este blog é dedicado á divulgação da história de Matosinhos.
Dirige-se principalmente aos estudantes, para que conheçam a história da sua terra e possam elaborar trabalhos sobre o tema.
As imagens apresentadas referem-se á Rua Brito Capelo, obtidas a partir do cruzamento da Rua 1.º de Dezembro.
A primeira imagem é de um postal ilustrado, da série de Emílio Biel, do início da 1.ª década do séc, XX.
A segunda, é da minha autoria, tirada em 2009.
Começando pelos prédios á esquerda, no primeiro prédio agora está instalado um supermercado. No segundo prédio funcionava a Loja do Povo, com a sua bandeira vermelha, que se vê claramente. Era seu proprietário A. J. Guedes Vaz. O número da porta era 82, em 1909. No mesmo local está agora a churrasqueira Inglesa.
Ainda á esquerda, o prédio mais alto é o que faz esquina com a Trv. Gago Coutinho, em cujo rés do chão funcionou durante muitos anos a Tabacaria Simões, que também vendia valores selados, sendo agora um bazar oriental.
O primeiro prédio á direita é o que faz esquina com a Rua 1.º de Dezembro, seguindo-se o prédio onde esteve instalado um posto médico e, no seguinte, um barbeiro. No 5.º prédio, onde se vê um mastro, era a Fotografia Industrial, do A. Vieira, antes dele a Ourivesaria Carvalho. O prédio mais alto seguinte é o da Confeitaria Paris. Mais ao fundo vê-se o edifício onde posteriormente se instalou a Câmara Municipal e outros serviços públicos, após obras de adaptação.
Espero que tenham gostado. Volto para a semana.