O
postal da imagem é da edição de Glória, do Porto.
O
Dr. António J. Gomes refere, no seu livro
“As actividades Económicas de Matosinhos – 1850-1910, a pág, 97: “No ínicio das épocas balneares eram
igualmente feitos pedidos á Camara para a montagem de quiosques junto ás praias,
onde se vendia tabaco e bebidas finas ( e postais ilustrados, acrescento eu).
Manuel Joaquim Pimentel explorava um junto á praia D. Carlos, que ocupava
apenas 4 m2 durante 3 meses, e António Miguel da Glória explorava outro na Rua
de Santos Reis, portanto também muito perto da praia D. Carlos. Este segundo
quiosque ocupava uma área de 11,52 m2 e estava em funcionamento durante seis
meses.....isto no ano de 1909....”
Não
posso, de momento, afirmar que será este o editor do postal, mas se-lo-á muito
provalvelmente.
Trata-se
de um postal com uma imagem muito vulgar e repetida por outros editores.
Este
postal circulou do Porto para Penafiel em 11-03-1910, a oito meses da
implantação da república, portanto.
Mais
uma vez, este postal adquire outro interesse quando reparamos no destinatário:
o Barão das Lages, da Casa das Lages, em Penafiel, mais propriamente, o 4.º
barão deste nome, Luís de Lencastre Carneiro de Vasconcelos (Lagares 11.06.1882
- Milhundos 16.01.1933).
Ora,
acerca deste 4.º Barão da Lages existe uma lenda tenebrosa.
Reza
a lenda que o Barão suspeitava que a esposa o traía com um irmão dele. Cheio de
ciúmes, amarrou-a a um cavalo e arrastou-a pela quinta fora, provocando-lhe a
morte.
Mais
tarde, esclarecido que tal não correspondia á verdade, arrependeu-se e viveu o
resto da vida cheio de remorsos, remorsos estes que não o deixam descansar em
paz, nem depois de morto. Diz-se que o seu fantasma, tal como o da mulher,
ainda deambulam pela quinta.....
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