quarta-feira, 23 de novembro de 2016

VISCONDES DE S. CARLOS EM MATOSINHOS 01



                                   Postal assinado pelo Visconde de S. Carlos



Numa das minhas incessantes buscas de postais de Matosinhos, ou por aqui circulados, encontrei um grupo deles que, em parte, eram endereçados a uma Maria F. Vieira, então moradora na Rua Juncal de Cima (usava ainda a denominação antiga) n.º 127. Eram enviados, na maioria, por um tal Carlos. Porém, e nos postais posteriores á data do decreto de criação do título, passa a assinar visconde de S. Carlos (título criado por D. Carlos por Decreto de 09-07-1904 e foi seu primeiro titular Carlos Fernandes Vieira, nasc. Santo Ildefonso, 03.02-1887).
Quanto ao Visconde, de momento, nada mais sei.
Quanto á Viscondessa, coligi a seguinte informação:
Amélia Guimarães Alves Quintela Fernandes Vieira , dona de casa, proprietária, era moradora na Rua Formosa, n.º 90, no Porto, e nasceu a 19.08.1885.
 Era filha do Conselheiro José Luciano Alves Quintela, médico (falc. a 21.03.1909), e mulher, Amélia Ermelinda Guimarães Alves Quintela.

José Luciano fez testamento a 2.8.1883, no qual declara residir na Rua Gonçalo Cristóvão, 314, bem como ter um filho, Eduardo Alves Quintela. A filha Amélia nasceria cerca de 2 anos depois. Filha essa que casou com Carlos Fernandes Vieira, e faleceu sem filhos e com testamento a 9-3-1907, aos 21 anos.
Nesse testamento, datado de 17 de Abril de 1903, que pode ser encontrado “on line”, contempla várias pessoas, entra as quais a ama que a criou, Maria Bento, com 49 mil e quinhentos reis, e uma quantia para missas por si e por seu tio Cândido Augusto Peres de Aguiar. No demais, não tendo filhos, institui seu herdeiro universal o marido, no caso de seus pais, então vivos, já serem falecido á data da sua morte.
(continua)

terça-feira, 22 de novembro de 2016

A CAPELA DE PORTO SALVO

                                     Local onde ficava a capela de Porto Salvo, num mapa de 1898



A Capela de Porto Salvo
Matosinhos, por força da amputação urbana que sofreu para construção do porto de Leixões, perdeu quase todo o seu centro histórico, restando meia dúzia de casas nas ruas á volta da Igreja matriz.
Por outro lado, para alargamento de ruas, as sucessivas vereações camarárias, desde o último quartel do séc XIX, não hesitou em demolir numerosas capelas e outros monumentos.
Não deve ser alheio a esta afoita demolição, não só a obtenção de receita com a venda dos materiais e respectivo recheio mas, e principalmente, o facto de os edis serem todos (ou quase) naturais de outras terras, a quem os valores e história local pouco lhes diziam.
Faça-se justiça ao leceiro Eng. Pinto de Oliveira, o primeiro presidente da Camara que se interessou pela preservação do património, que ainda se podia salvar.
Hoje, que os tempos estão de feição ao turismo, em que Matosinhos dispõe de uma recém e monumental estação marítima de passageiros, vê-os desembarcar e passar em direcção ao Porto, pois aqui pouco tem a oferecer. Contenta-se o município em embolsar uma taxinha de desembarque, e pouco mais. Acresce, a propósito, que mesmo os que por cá passeiam, a pé ou nos autocarros turísticos, encontram o principal monumento da cidade quase sempre fechado: a Igreja matriz. E quanto ao restante, especialmente na parte norte da cidade, mercado municipal e envolventes, é a tristeza e desmazelo que se vê.
Posto isto, trago hoje um apontamento sobre a demolição da capela de Porto Salvo. Situava-se na rua Dr. José Ventura, antes Rua da Igreja, no entroncamento com a Rua do Mestre, hoje Rua Dr. Forbes Bessa, no pequeno largo ainda existente.
Foi demolida em 1914 por se considerar que era um impedimento ao trânsito.
O jornal O Badalo, na sua edição de 01-11-1914, anunciava a venda dos bens e materias provenientes dessa capela. Quem os terá comprado?
Até ao momento, não encontrei qualquer registo fotográfico dessa capela.
 

Proximo artigo- Viscondes de S. Carlos e Matosinhos.