A
Capela de Porto Salvo
Matosinhos, por força da amputação urbana
que sofreu para construção do porto de Leixões, perdeu quase todo o seu centro
histórico, restando meia dúzia de casas nas ruas á volta da Igreja matriz.
Por outro lado, para alargamento de ruas,
as sucessivas vereações camarárias, desde o último quartel do séc XIX, não hesitou
em demolir numerosas capelas e outros monumentos.
Não deve ser alheio a esta afoita
demolição, não só a obtenção de receita com a venda dos materiais e respectivo
recheio mas, e principalmente, o facto de os edis serem todos (ou quase) naturais de
outras terras, a quem os valores e história local pouco lhes diziam.
Faça-se justiça ao leceiro Eng. Pinto de
Oliveira, o primeiro presidente da Camara que se interessou pela preservação do
património, que ainda se podia salvar.
Hoje, que os tempos estão de feição ao
turismo, em que Matosinhos dispõe de uma recém e monumental estação marítima de
passageiros, vê-os desembarcar e passar em direcção ao Porto, pois aqui pouco
tem a oferecer. Contenta-se o município em embolsar uma taxinha de desembarque,
e pouco mais. Acresce, a propósito, que mesmo os que por cá passeiam, a pé ou
nos autocarros turísticos, encontram o principal monumento da cidade quase
sempre fechado: a Igreja matriz. E quanto ao restante, especialmente na parte
norte da cidade, mercado municipal e envolventes, é a tristeza e desmazelo que
se vê.
Posto isto, trago hoje um apontamento
sobre a demolição da capela de Porto Salvo. Situava-se na rua Dr. José Ventura, antes Rua da Igreja, no entroncamento com a Rua do Mestre,
hoje Rua Dr. Forbes Bessa, no pequeno largo ainda existente.
Foi demolida em 1914 por se considerar que
era um impedimento ao trânsito.
O jornal O Badalo, na sua edição de 01-11-1914,
anunciava a venda dos bens e materias provenientes dessa capela. Quem os terá comprado?
Até ao momento, não encontrei qualquer
registo fotográfico dessa capela.
Proximo artigo- Viscondes de S. Carlos e
Matosinhos.
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